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O nonno Vincenzo: dramas e glórias de quem viveu a aurora do século passado

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por Walter Falceta * jornalista Vincenzo Falzetti em seu uniforme do antigo Desinfectório Central  paulista Meu bisavô Vincenzo Falceta  [Vincenzo Falzetti] viveu de 1864 a 1929. Nasceu na simpática comuna de Carolei, na Calábria, e morreu em São Paulo. Em 65 anos, viu mudanças muito mais dramáticas do que aquelas vistas por meu avô, meu pai, por mim e por meus filhos. Para começar, a noite… A noite da época era um breu, impenetrável, assustadora e imobilizante, mesmo onde o óleo e o gás acendiam lampiões. No sul da Itália, depois que o sol descia sobre o Mar Tirreno, o lobo sorrateiro e feroz mantinha todos em casa. Nonno Vincenzo aventurou-se ludicamente por florestas altas dos Apeninos calabreses, ouviu sobre a rebeldia dos brutti , aprendeu sobre a saga de Spartaco, assistiu a muitas missas e experimentou o preconceito de quem considerava os meridionais como inferiores. Vale dizer que a unificação do país somente se completaria em 1870, com a conquista de Roma. Meu trisavô Michell